Apesar de sempre parecerem bem e felizes nas redes sociais, longe das telas as pessoas estão exaustas.
Para se ter uma ideia, Em pesquisa online realizada em fevereiro de 2021 pelo UOL AD LAB em parceria com o VivaBem, 46% dos entrevistados afirmaram que o cansaço aumentou após o início da pandemia.
Na prática, você precisa ser forte e equilibrado para dar conta da casa, do trabalho e da saúde mental, mesmo que o momento não seja tão favorável. E o resultado dessas cobranças tem sido o surgimento dos mais variados tipos de cansaço, que podem ser um alerta para possíveis problemas de saúde.
A seguir veja os principais tipos:
Cansaço físico
O cansaço físico é associado ao esforço físico moderado ou intenso e traz a sensação ou a real fraqueza muscular. Nesse sentido, quanto mais preparo físico, mais resistente a pessoa se torna ao cansaço. Já o sedentarismo e a obesidade podem servir como gatilhos para uma maior sensação de cansaço na execução de atividades até mesmo consideradas leves, como a caminhada.
Este tipo de cansaço também é corriqueiro em pessoas que levam uma vida muito agitada, com excesso de trabalho, acúmulo de estresse e pouco tempo para lazer e descanso. A falta de sono, alimentação desregrada, falta de cálcio e vitamina D e, em alguns casos, depressão ou ansiedade também pioram o cansaço físico.
Os principais sintomas são: dores na cabeça e no corpo, falta de disposição, às vezes piora da memória, formigamentos, irritabilidade e exaustão física.
Para melhorar evite o sedentarismo. Qualquer atividade diária leve já ajuda a combater o problema quando a rotina segue normal, sem tanto desgaste físico ou problemas psicológicos, que necessitam de ajuda especializada. Existem doenças que são potencialmente graves e que têm como sintoma inicial a própria sensação de fraqueza, cansaço e fadiga. Por isso é precisa buscar ajuda especializada com a frequência do problema.
Cansaço mental/emocional
O cansaço mental normalmente está vinculado a sentimentos de preocupação, esquecimento e falta de atenção. Já o cansaço emocional costuma se apresentar por meio de sintomas como tristeza, angústia e alterações no humor. Este último pode ser tão intenso frente aos níveis de cobrança pessoal, de preocupações e de tarefas de rotina que pode levar a chamada Síndrome do Esgotamento Emocional.
Na maioria das vezes, o organismo suporta situações estressantes, mas a sobrecarga constante dificulta o equilíbrio emocional necessário para combater esses tipos de cansaços. Além disso, cada um tem um limite e reações diferentes, em tempos distintos.
Os principais sintomas são: cansaço excessivo (mente e corpo), tornando a pessoa incapaz de se sentir descansada em algum momento; mudanças de apetite (ausência ou excesso de fome); insônia; dificuldade de se concentrar; alterações de humor (normalmente desânimos ou apatia); medos ou inseguranças (sensações de ameaça ou fantasias sobre pensamentos ruins); desesperança. Além disso, sintomas físicos como aceleração dos batimentos cardíacos, dores de cabeça e no corpo e alterações no peso podem surgir.
Para melhorar pratique exercício físico; separe um tempo para relaxar a mente sem nenhum tipo de pressão; aproxime-se de pessoas queridas; coma bem; estabeleça uma rotina organizada por prioridades.
Cansaço espiritual
Para entrar nesse tópico é importante compreender que a espiritualidade independe de qualquer vínculo a instituições religiosas. O cansaço espiritual tem relação com a perda de sentido da vida.
Os principais sintomas são: medo de morrer, perda da esperança, sentimentos de abandono e até revolta com o que cada um chama de Deus ou força superior.
Para melhorar é importante valorizar a vida, as experiências que ainda podemos ter e manter ativo o desejo de reconciliação, a fim de evitar a solidão e o isolamento. É preciso ser mais gentil com suas dores, exercitar a compaixão com os sofrimentos alheios, redefinir alguns propósitos de vida e prioridades.
Cansaço criativo
As exigências não param e, por mais que você trabalhe, nunca está bom. Nas redes sociais, por exemplo, há sempre a necessidade de inovar, chamar a atenção de um público cada vez mais exigente. No começo pode ser legal a competitividade, mas com o passar do tempo a tendência é que a pessoa tenha um cansaço criativo.
Os principais sintomas são: tentar adiar ao máximo as tarefas do dia a dia, falta de energia para inovar, ignorar prazos apertados, esgotamento constante, estresse inexplicável, dúvidas se o trabalho está sendo bem feito, inquietação e irritabilidade.
Para melhorar dê intervalos para a mente. Estabeleça um momento do dia ou até mesmo um dia inteiro para não fazer nada que exija muito compromisso; contemple a natureza sem pressa; prepare uma refeição com calma; durma; medite. A ideia é tentar se reconectar consigo mesmo e com aquilo que realmente é importante no momento. Vale lembrar que uma mente turbulenta não é criativa, mas sim exausta. Resolver problemas e criar soluções gasta energia. Por isso, um dos grandes aliados contra o cansaço criativo é a boa alimentação.
Cansaço sensorial
A sobrecarga sensorial envolve refletir sobre a exposição dos órgãos dos sentidos a estímulos excessivos —geralmente sonoros ou luminosos, o que significa uma superexposição dos olhos e ouvidos. Mais do que nunca, a rotina em frente à tela passou a compor nossos afazeres diários.
Trabalho, consultas, aulas, sessões de terapia, encontros com amigos, tudo passou a ser intermediado por dispositivos eletrônicos. E, com isso, o cansaço tomou novas proporções.
Os principais sintomas são: o foco nas telas muitas vezes produz um desgaste em nossa atenção, e a fadiga visual, por exemplo, pode se instaurar como um sintoma. Quando estamos em frente à tela resolvendo várias coisas ou simplesmente passando o tempo, é como se nosso cérebro entendesse que todo instante ainda é dia e, com isso, não consegue "se desligar".
Para melhorar fique um tempo longe do computador, celular, tablet. Pode ser um desafio, mas é revigorante para a saúde da mente e do corpo.
Cansaço social
O cansaço social diz respeito aos relacionamentos interpessoais. É comum que muita gente dê crédito à opinião alheia, ouça um conselho, ou então que tente manter uma boa relação a todo custo. Mas às vezes isso cansa e as tentativas de uma boa convivência dão lugar ao esgotamento social.
Isso não significa que as relações afetivas não sejam importantes, ao contrário, elas são indispensáveis para nos mantermos felizes e saudáveis. Mas assim como os relacionamentos contribuem para melhoria da saúde e impactam na qualidade de vida, relacionamentos conturbados podem gerar impactos negativos, mesmo que de forma inconsciente.
Os principais sintomas são: preguiça de dar atenção aos outros, fadiga, irritação, vontade de ficar calado em rodas de conversas.
Para melhorar vale observar os hábitos, relacionamentos, grupos de convivência e nossa própria postura de "ser no mundo". Isso tende a nos ajudar a encontrar as formas mais adequadas de descanso social, o que pode incluir nos mantermos próximos das pessoas que nos fazem bem e nos amparam. Recorde os bons momentos que passou ao lado de pessoas queridas.
Além disso, outro ponto importante é tentar encontrar espaços para expressar os verdadeiros sentimentos. Assim, a tensão pode ser reduzida e o sentimento de cansaço também.
Fontes: Natália Frizzo, psicóloga do HCPA (Hospital de Clínicas de Porto Alegre); Aguinaldo Pereira Catanoce, neurologista e professor da PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica de Campinas) e diretor técnico do Hospital Vera Cruz; André Souza, neurocientista pela Universidade do Texas (EUA); Carla Guth, psicóloga, especialista em família e construcionismo; Livia de Oliveira Borges, professora do Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
Físico, mental, social: como identificar os principais tipos de cansaço? - VivaBem
Read More
No comments:
Post a Comment