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Thursday, March 3, 2022

Estudo identifica 10 fatores de risco ligados ao Alzheimer; veja quais - VivaBem

As tentativas de desenvolver um tratamento eficaz para a doença de Alzheimer ainda não obtiveram sucesso completo, por isso os cientistas estão cada vez inclinados a estudar formas de detectar a doença precocemente e assim prevenir ou retardar o seu curso natural.

Partindo dessa linha, pesquisadores franceses do Paris Brain Institute realizaram um estudo observacional e destacaram 10 problemas de saúde associados ao risco de desenvolver a doença até 15 anos antes.

"Nossas descobertas possibilitam modelar as possíveis trajetórias de fatores de risco no período que antecede o diagnóstico da doença de Alzheimer, fornecendo novos insights sobre possíveis janelas de prevenção", disseram os autores do estudo em seu artigo.

E a preocupação em relação à doença não é à toa, já que, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), 55 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com demência e dessas, entre 60 e 70% têm Alzheimer.

Como ainda não há forma de combater a doença propriamente dita, segundo os especialistas, a melhor estratégia é identificar precocemente fatores de risco "modificáveis" que os médicos podem atacar com medicamentos ou outras intervenções.

Veja os fatores de risco encontrados

A depressão foi a condição mais precoce a ser associada a um diagnóstico de Alzheimer, aparecendo com pelo menos 9 anos de antecedência.

Outras condições que o estudo vinculou a um diagnóstico posterior de Alzheimer incluíram:

  • Ansiedade;
  • Prisão de ventre;
  • Perda de peso anormal;
  • Um tipo de artrite chamada espondilose cervical;
  • Reação ao estresse severo;
  • Perda de audição;
  • Distúrbios do sono.

Eles também mostraram que quedas e fadiga tinham ligações com o risco de Alzheimer.

Como foi feita a pesquisa?

Os pesquisadores analisaram os registros de saúde primária de 20.214 pessoas no Reino Unido e 19.458 pessoas na França, com Alzheimer. Os dados foram avaliados entre janeiro de 1996 a março de 2020, no Reino Unido; e janeiro de 1998 a fevereiro de 2019, na França.

Eles compararam os registros médicos de cada pessoa com um controle medido por gênero e idade, de quem não recebeu um diagnóstico de uma doença cerebral progressiva durante o período do estudo de 15 anos.

Das 123 condições de saúde investigadas, 10 tiveram uma associação significativa com o diagnóstico de Alzheimer entre 2 a 10 anos depois, na França e no Reino Unido.

Algumas das condições, como depressão, perda auditiva e distúrbios do sono, já são fatores de risco conhecidos do Alzheimer.

Por que esse estudo é importante?

De acordo com os especialistas, esse estudo foi o primeiro a identificar a constipação como um possível fator de risco. A ligação entre as duas condições tornou-se aparente 7 anos antes do diagnóstico de Alzheimer.

A constipação também está associada à depressão, além de ser um sinal precoce estabelecido de outras doenças cerebrais, como demência e doença de Parkinson.

"As conexões feitas nos permitiram confirmar associações conhecidas, como problemas auditivos ou depressão, e outros fatores menos conhecidos ou sintomas iniciais, como espondilose cervical ou constipação", disse ao Medical News Today, Thomas Nedelec, primeiro autor do estudo.

Mais estudos são necessários

O estudo teve algumas limitações, entre elas, foram desconsiderados outros fatores de risco que contribuem para o Alzheimer como nível educacional, etnia, condição socioeconômica e genética.

Além disso, a pesquisa não revela se essas condições ajudam a causar o Alzheimer ou se são apenas sintomas iniciais. Por isso, os especialistas explicam que o próximo passo será esclarecer esses fatores.

Outras formas de prevenção

Em 2020, outro artigo científico publicado na revista científica The Lancet acrescentou três fatores de risco modificáveis: consumo excessivo de álcool, traumatismo craniano e poluição do ar à sua lista já existente, que inclui:

  • Hipertensão;
  • Fumar;
  • Obesidade;
  • Depressão;
  • Inatividade física;
  • Diabetes.

Por fim, o relatório concluiu que modificar todos esses fatores de risco poderia prevenir ou retardar a demência em até 40% das pessoas.

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