Rechercher dans ce blog

Thursday, May 20, 2021

Acetilcisteína: para que serve e qual o impacto no exercício - globoesporte.com

A N-acetilcisteína, também conhecida como acetilcisteína ou N-acetil-cisteína (NAC), é um precursor do aminoácido L-cisteína, sendo este crucial para a formação da glutationa, um dos antioxidantes mais importantes do corpo, que ajuda a neutralizar os radicais livres que podem danificar células e tecidos do corpo. A glutationa é essencial para a saúde imunológica e para combater os danos celulares. Alguns pesquisadores acreditam que pode até contribuir para a longevidade. Suas propriedades antioxidantes também são importantes para combater inúmeras outras doenças causadas pelo estresse oxidativo, como doenças cardíacas, infertilidade e algumas condições psiquiátricas.

A acetilcisteína pode amenizar o estresse oxidativo causado pelo exercício físico intenso ou de longa duração — Foto: Istock Getty Images

A acetilcisteína pode amenizar o estresse oxidativo causado pelo exercício físico intenso ou de longa duração — Foto: Istock Getty Images

Droga estabelecida desde 1960, a acetilcisteína está na lista de 40 medicamentos essenciais da Organização Mundial da Saúde (OMS) e está disponível como um medicamento genérico. Tem sido classicamente usada no tratamento da overdose de paracetamol (é um dos medicamentos de emergência em casos conhecidos de envenenamento por paracetamol) e como mucolítico (diluidor do muco) em pessoas com doenças pulmonares, como bronquite crônica, enfisema, doença pulmonar obstrutiva crônica e fibrose cística. Mas a lista de condições que ele pode potencialmente melhorar tem crescido constantemente ao longo dos anos e, portanto, sua popularidade como suplemento dietético.

Suplementação de N-Acetilcisteína

No treinamento físico intenso

O treinamento físico intenso e/ou prolongado leva a um acúmulo excessivo de espécies reativas de oxigênio (ROS) por exceder a capacidade antioxidante do próprio corpo; isto é, a geração de radicais livres pelo exercício físico extenuante excede a capacidade do sistema antioxidante do organismo, levando a distúrbios inflamatórios, oxidativos, fisiológicos, imunológicos e neuroendocrinológicos. A exposição a espécies extremamente reativas de oxigênio prejudicam o desempenho do exercício. Portanto, pesquisadores e atletas têm investigado de forma consistente as possíveis estratégias para melhorar as adaptações metabólicas ao estresse oxidativo induzido pelo exercício.

Estudos mais recentes mostram um benefício de desempenho ao tomar NAC, pois níveis melhorados de antioxidantes e diminuição da inflamação levam a uma melhor performance no treinamento físico. Principalmente em exercícios de longa duração, como o ciclismo e corrida de longa distância, pois são tipos de exercícios que geram muitos radicais livres.

Na saúde cerebral

A capacidade da acetilcisteína de repor a glutationa e regular os níveis de glutamato no cérebro pode melhorar a saúde do cérebro. O neurotransmissor glutamato está envolvido em uma ampla gama de ações de aprendizagem, comportamento e memória, enquanto o antioxidante glutationa ajuda a reduzir o dano oxidativo das células cerebrais, associado ao envelhecimento.

Como a acetilcisteína ajuda a regular os níveis de glutamato e a repor a glutationa, pode beneficiar indivíduos com doenças cerebrais e de memória. O distúrbio neurológico, a doença de Alzheimer, retarda o aprendizado e a capacidade de memória de uma pessoa. Estudos em animais sugerem que a N-acetilcisteína pode retardar a perda de capacidade cognitiva em pessoas com Alzheimer.

Na síndrome do ovário policístico (SOP)

A N-acetilcisteína pode ajudar a tratar a síndrome dos ovários policísticos (SOP), de acordo com uma revisão sistemática de 2015 da Obstetrics and Gynecology International. Ao avaliar oito estudos com um total de 910 mulheres com SOP, os pesquisadores mostraram que a acetilcisteína melhorou as taxas de ovulação e gravidez em comparação com um placebo.

Mulheres com SOP também podem se beneficiar dos efeitos de sensibilização à insulina do NAC, já que demonstrou-se que a substância diminui os níveis circulantes de insulina e, quando isso acontece, isso também pode diminuir significativamente os níveis de testosterona.

Na redução do risco de doenças cardíacas

Costuma-se dizer que a N-acetilcisteína reduz o risco de doenças cardíacas ao reduzir o estresse oxidativo no coração e no sistema cardiovascular.

O dano oxidativo ao tecido cardíaco frequentemente leva a doenças cardíacas, causando derrames, ataques cardíacos e outras condições graves. A acetilcisteína pode reduzir o risco de doenças cardíacas, reduzindo o dano oxidativo aos tecidos do coração.

Também foi demonstrado que aumenta a produção de óxido nítrico, que ajuda a dilatar as veias e melhorar o fluxo sanguíneo. Isso acelera o trânsito do sangue de volta ao coração e pode diminuir o risco de ataques cardíacos.

No controle da glicemia

O açúcar elevado no sangue e a obesidade contribuem para a inflamação do tecido adiposo. Isso pode causar danos ou destruição dos receptores de insulina e aumentar o risco de desenvolver diabetes tipo 2. Estudos em animais mostram que o NAC pode estabilizar o açúcar no sangue, diminuindo a inflamação nas células de gordura e, assim, melhorando a resistência à insulina.

No transtorno bipolar e depressão

Há algumas evidências de que a N-acetilcisteína pode potencializar os efeitos dos psicofármacos usados para tratar o transtorno bipolar, melhorando os escores de depressão em pessoas em uso de medicamentos.

Acredita-se que os efeitos antioxidantes desencadeados pela N-acetilcisteína possam ser responsáveis pela resposta, pois um desequilíbrio de oxidantes e antioxidantes é uma característica central da depressão clínica.

Alguns cientistas acreditam que os mesmos benefícios podem se estender a outros transtornos psiquiátricos, incluindo transtornos de abuso de substâncias e esquizofrenia.

Onde encontrar e qual a dosagem ideal

Para que seu corpo produza o aminoácido cisteína, você precisa de quantidades adequadas de folato, vitamina B6 e vitamina B12, nutrientes que podem ser encontrados no feijão, entre outros alimentos — Foto: Istock Getty Images

Para que seu corpo produza o aminoácido cisteína, você precisa de quantidades adequadas de folato, vitamina B6 e vitamina B12, nutrientes que podem ser encontrados no feijão, entre outros alimentos — Foto: Istock Getty Images

Não há recomendação dietética específica para a cisteína, porque seu corpo pode produzir pequenas quantidades. Para que seu corpo produza o aminoácido cisteína, você precisa de quantidades adequadas de folato, vitamina B6 e vitamina B12. Esses nutrientes podem ser encontrados no feijão, lentilha, espinafre, banana, salmão e atum.

Embora a maioria dos alimentos ricos em aminoácidos, como aves, ovos, laticínios, pimentão vermelho, alho, cebola, brócolis, couve de Bruxelas e aveia contenham cisteína, algumas pessoas optam por suplementar NAC para aumentar a ingestão de cisteína.

Os suplementos orais de N-acetilcisteína estão disponíveis sem receita em comprimidos, cápsulas, preparações efervescentes e em pó. A maioria é vendida em formulações de 600 miligramas (mg), embora algumas cheguem a 1.000 mg.

Acetilcisteína é provavelmente seguro para adultos quando fornecido como um medicamento com prescrição médica. Pessoas com distúrbios hemorrágicos ou tomando medicamentos para "afinar" o sangue, os anticoagulantes, não devem tomar, pois pode retardar a coagulação do sangue

Conclusão

Por serem potentes antioxidantes, os suplementos de acetilcisteína são uma opção de tratamento viável para vários problemas de saúde. Aqueles que consideram a suplementação, também devem estar atentos ao consumo dos alimentos ricos em cisteína e sempre ter um acompanhamento médico e/ou nutricional antes de suplementar qualquer substância.

Referências bibliográficas:

  1. Atefi, N., Behrangi, E., Mozafarpoor, S., Seirafianpour, F., Peighambari, S., & Goodarzi, A. (2020). N-acetylcysteine and coronavirus disease 2019: May it work as a beneficial preventive and adjuvant therapy? A comprehensive review study. Journal of research in medical sciences : the official journal of Isfahan University of Medical Sciences, 25, 109.
  2. Devrim-Lanpir, A., Hill, L., & Knechtle, B. (2021). How N-Acetylcysteine Supplementation Affects Redox Regulation, Especially at Mitohormesis and Sarcohormesis Level: Current Perspective. Antioxidants (Basel, Switzerland), 10(2), 153.
  3. Millea PJ. N-acetylcysteine: multiple clinical applications. Am Fam Physician. 2009 Aug 1;80(3):265-9. PMID: 19621836.
  4. Paschalis V, Theodorou AA, Margaritelis NV, Kyparos A, Nikolaidis MG. N-acetylcysteine supplementation increases exercise performance and reduces oxidative stress only in individuals with low levels of glutathione. Free Radic Biol Med. 2018 Feb 1;115:288-297.freeradbiomed.2017.12.007. Epub 2017 Dec 9. PMID: 29233792.
  5. Šalamon, Š., Kramar, B., Marolt, T. P., Poljšak, B., & Milisav, I. (2019). Medical and Dietary Uses of N-Acetylcysteine. Antioxidants (Basel, Switzerland), 8(5), 111.
  6. Thakker D, Raval A, Patel I, Walia R. N-acetylcysteine for polycystic ovary syndrome: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled clinical trials. Obstet Gynecol Int. 2015;2015:817849. Epub 2015 Jan 8. PMID: 25653680; PMCID: PMC4306416.

* As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do GE / Eu Atleta.

Adblock test (Why?)


Acetilcisteína: para que serve e qual o impacto no exercício - globoesporte.com
Read More

No comments:

Post a Comment

Essa é a dieta que você deve seguir para emagrecer em 2023, segundo a ciência - Minha Vida

Estudo comparou cinco dietas diferentes e definiu qual é a mais eficaz para quem quer perder peso a longo prazo Perder peso ou ter um est...