Uma conspiração divina fez com que o acaso e a eficiência se unissem para salvar a vida do repórter Gabriel Luiz, da TV Globo. Esfaqueado dez vezes numa tentativa de assalto, em Brasília, ele exibe um quadro estável. Recupera-se bem.
O acaso incluiu uma brigadista no grupo de vizinhos que acudiram o repórter. Foi graças ao fortuito também que um oficial do Corpo de Bombeiros, em visita a uma namorada residente no prédio de Gabriel, acionou a corporação após constatar, desde uma janela do segundo andar, o sangramento do repórter.
A ambulância chegou às 23h22. Veio na velocidade de um raio, pois o quartel dos bombeiros fica a apenas um quilômetro e meio do local da odiosa tentativa de homicídio. Gabriel foi levado em estado grave para o Hospital de Base, a maior unidade hospitalar pública de Brasília. Ali, entrou em cena a eficiência de uma trinca de médicos.
Um dos doutores, o cirurgião Adriano Evangelista Borges, resumiu o quadro numa declaração para o Jornal Nacional:
"Enquanto eu estava fazendo o atendimento na região da face, do pescoço [...], o meu colega já estava avaliando a região do tórax, do abdômen, a enfermagem já estava coletando os exames. Então, isso é extremamente importante num centro de trauma para que quanto mais rápido a gente realize, menor seja a gravidade das lesões e melhor seja o prognóstico desse paciente."
Salvo pelo SUS, o repórter foi transferido no dia seguinte para um hospital particular credenciado pelo seu plano de saúde. De acordo com a lei, quando o cidadão dispõe de plano privado e é socorrido emergencialmente num hospital público, a operadora é obrigada a ressarcir ao Estado as despesas decorrentes do atendimento prestado ao seu cliente.
A lei do ressarcimento é clara como água de bica. Sua constitucionalidade já foi atestada pelo Supremo Tribunal Federal. Mas muitas operadoras fogem da obrigação tomando o atalho do Judiciário. Questionam o espeto numa interminável sucessão de recursos. A dívida das operadoras com o SUS roda na casa dos R$ 3 bilhões. Um acinte.
Plano de saúde do repórter esfaqueado precisa ressarcir o SUS, que o salvou - UOL Confere
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