As cinco pessoas próximas do primeiro paciente diagnosticado com a varíola dos macacos (monkeypox) no Rio não apresentam sintomas da doença. Elas são monitoradas diariamente pelas autoridades de saúde, apesar de não haver necessidade de ficarem isoladas se continuarem assintomáticas. No Rio não há outro caso suspeito da doença.
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Os centros de vigilância sanitária também levantam passageiros que estiveram no voo Londres - Rio de Janeiro do último sábado e que podem ter tido contato com o passageiro que foi confirmado com a varíola dos macacos. Os primeiros contatos com outros passageiros já começaram a ser feitos e não há, até o momento, outros casos suspeitos. Todos que foram contactados não apresentam sintomas para a doença.
Uma nota técnica divulgada aos municípios nesta quarta-feira pela secretaria estadual de Saúde ressalta que casos confirmados da doença precisam ficar em isolamento domiciliar se não for necessário internação. O monitoramento dos contatos deve ser feito a cada 24 horas ao longo de três semanas, com aferição de temperatura duas vezes ao dias. O texto diz que não é preciso o isolamento de pessoas assintomátocas que tiveram contato com o paciente .
"Os contatos assintomáticos (incluindo os trabalhadores de saúde) não devem doar sangue, células, tecidos, órgãos, leite materno ou sêmen durante o monitoramento", diz trecho do documento.
O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alberto Chebabo, afirma que o vírus atual é menos agressivo apesar de ser a mesma família da varíola humana, erradicada em 1980.
— Não acredito que teremos um surto dela no Brasil, mas talvez não consigamos erradicar e passar a ter casos eventuais. Ela tem uma capacidade de transmissão muito menor que a catapora, que também pode ser transmitida pelas lesões que causam. Todos os casos até agora confirmados são importados e não há relatos que o vírus circula no país — explica.
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A Secretaria municipal de Saúde do Rio confirmou, nesta quarta-feira (15) o primeiro caso da varíola dos macacos (monkeypox) na capital e em todo estado. O paciente é um homem brasileiro, de 38 anos, residente em Londres, que chegou ao Brasil no último sábado, dia 11. Ele procurou atendimento médico no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) no dia seguinte, domingo (12).
As amostras clínicas colhidas foram encaminhadas para o Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O resultado positivo para a doença foi liberado nesta terça-feira (14).
Segundo a SMS, o homem está com sintomas leves, segue em isolamento domiciliar e sob o monitoramento da Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS-Rio). Todos os cinco contactantes estão em investigação para orientações e monitoramento.
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As autoridades de Saúde alertam que a doença não possui relação com os macacos, apesar do nome. Há o temor que algumas pessoas matem os animais que fazem parte da fauna do Rio, como ocorreu em 2018 quando houve aumento de casos de febre amarela. O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou nesta terça-feira que os nomes do vírus causador da varíola dos macacos – atualmente chamado de monkeypox –, de suas variantes e até mesmo da própria doença vão mudar. Na última sexta-feira, um grupo de aproximadamente 30 virologistas já havia publicado um manifesto por uma nova nomenclatura que seja “não discriminatória”.
Transmissão e sintomas
De modo diferente da que foi eliminada pelas vacinas em 1980 -- que infectava apenas humanos --, a varíola atual provocada pelo vírus monkeypox é uma zoonose silvestre, ou seja, uma doença que passa de animais, majoritariamente roedores, para pessoas.
A transmissão, portanto, costumava ser predominantemente pelo contato com esses animais portadores do patógeno, uma realidade diferente da que países vivem no surto atual, com contágio entre humanos. Porém, essa forma de disseminação entre pessoas, embora rara, já era conhecida. Ela acontece principalmente por contato com as lesões causadas na pele, como bolhas, e pelos fluidos corporais.
São sintomas da doença: febre, dor de cabeça, dores musculares e erupções na pele (lesões) como bolhas que começam no rosto e se espalham para o resto do corpo, principalmente as mãos e os pés. A doença costuma apresentar um quadro leve, e as manifestações desaparecem sozinhas dentro de duas a três semanas.
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Em caso de sintomas, os especialistas orientam a busca pelo serviço médico o mais rápido possível, assim como na situação de contato com pessoas sintomáticas. O período de incubação do vírus é longo, geralmente de 6 a 13 dias, mas podendo variar de 5 a 21 dias, segundo a OMS, o que pode levar a uma demora para o surgimento dos sinais.
Suspeitos devem ser isolados
Uma nota técnica divulgada pela secretaria estadual de Saúde orientam aos profissionais a identificiarem um caso suspeito da doença. O documento explica que a principal forma de transmissão são de grandes gotículas respiratórias e fluidos corporais. Ao contrário da Covid, que pode ser transmitida em particulas ainda menores, as gotículas maiores não podem alcançar uma grande distância para propagação (viajar muito), e é necessário um contato próximo e pessoal prolongado com uma pessoa infectada.
A orientação é que podem ser considerados pessoas de qualquer idade que, a partir de 15 de março de 2022, apresente início súbito de febre, adenomegalia ( aumento de volume dos gânglios linfáticos) e erupção cutânea aguda de progressão uniforme. Há orientação ainda de descartar doenças que podem ter os mesmos sintomas, como herpes, dengue e sífilis.
O documento orienta ainda uma maior atenção para pacientes suspeitos que tenham tido contato com um caso confirmado ou ter viajado para um país com transmissão já confirmada da doença.
"Sendo diagnosticado como caso suspeito de Monkeypox, o paciente deve ser mantido isolado (precauções para contato e gotículas). As lesões de pele em áreas expostas devem ser protegidas por lençol, vestimentas ou avental com mangas longas, inclusive durante o deslocamento do mesmo. A notificação à vigilância epidemiológica deve ser imediata" diz trecho do documento.
Varíola dos macacos: Pessoas próximas a primeiro paciente confirmado no Rio não apresentam sintomas da doença - Extra
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