Resumindo a Notícia
Dados da pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), do Ministério da Saúde, de 2021, mostram que o percentual de fumantes com 18 anos ou mais no Brasil é de 9,1%, sendo 11,8% entre homens e 6,7% entre mulheres.
Desde 2006, o número de fumantes vem caindo. Naquele ano, mais de 15% da população tinha o vício em nicotina, a principal substância nos cigarros que causa dependência química. Parar de fumar não é fácil e está ligado ao reconhecimento de que se trata de uma doença e ao nível de dependência química de cada um.
Gustavo Prado, pneumologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, explica que o primeiro passo é entender o que é a dependência química.
"Dependência é todo conjunto de alterações do comportamento da cognição e das sensações do indivíduo trazidos pela necessidade do uso repetitivo de uma determinada substância ou da repetição de um determinado ato", conta o médico.
Ele detalha também as sensações causadas pela dependência.
"Tradicionalmente vemos dois fenômenos muito bem descritos. Um deles é a tolerância, que é a necessidade de doses gradualmente maiores daquela substância. E o segundo a síndrome de abstinência, caracterizada pelo conjunto de sinais desconfortáveis para o paciente se ele diminui ou para de usar a substância."
Nesta segunda-feira (29), Dia Nacional de Combate ao Fumo, saber qual é o nível de dependência que você tem em relação ao cigarro pode ser o primeiro passo para abandonar o vício.
Para medir esse nível, existe um teste simples chamado Teste de Fagerström. A pessoa precisa responder a seis perguntas, e o nível será mostrado com base na pontuação.
O Hospital Alemão Oswaldo Cruz disponibiliza o teste em seu site (clique aqui para fazê-lo), e os resultados podem ser dependência muito baixa, baixa, média, elevada e muito elevada.
"Essa ferramenta é interessante porque pacientes com dependência elevada podem apresentar uma dificuldade maior de parar de fumar ou um risco maior de recaídas, que no longo prazo poderia estar associado a menores taxas de sucesso nesse processo de abandono do consumo de tabaco", afirma Prado.
Com os dados em mãos, o profissional de saúde também pode determinar de forma mais assertiva o apoio aos pacientes e o tratamento deles, valendo-se de recursos medicamentosos e não apenas de medidas não farmacológicas.
Dicas de como parar de fumar
Abandonar o cigarro não é tarefa fácil, e o pneumologista ressalta que no meio do processo as recaídas são normais e não representam o fracasso do trabalho.
"Quando tratamos dependência, precisamos nos preparar para abordar o lapso e a recaída e preparar o paciente para entender que são fenômenos frequentes e não devem ser encarados com uma carga de culpa ou de falência daquele esforço, ou de incapacidade do indivíduo. A imensa maioria dos ex-fumantes tem de três a quatro tentativas antes de obter sucesso", afirma Prado.
O médico passa algumas dicas, que podem ser vistas como um caminho para quem efetivamente quer parar com o vício.
"Primeiro ele precisa saber que ele não nasceu fumando e é capaz, sim, de parar de fumar, especialmente com a ajuda. Segundo, se tiver a possibilidade, procure um profissional. Terceiro, avisar as pessoas com quem convive para que tenha não só apoio, mas conte também com a compreensão de todos."
Evitar os hábitos que são gatilhos para fumar é a quarta dica, conforme orienta o especialista.
"Se a pessoa está habituada a fumar depois da refeição, acaba a refeição e vai escovar o dente. Fazer alimentação saudável, praticar alguma atividade e procurar ambientes livres de tabaco vai aumentar demais a chance de sucesso", finaliza Prado.
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