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Sunday, May 16, 2021

Condromalácia patelar: 5 erros na prescrição de exercícios - globoesporte.com

Sem dúvida, o tratamento e a inserção no esporte de pessoas que se tratam de condromalácia patelar é um dos grandes desafios da medicina esportiva atual. Felizmente, a melhor compreensão da doença, aliada ao desenvolvimento de novos métodos de treinamento, fez com que o tratamento desse tipo de condropatia avançasse nas últimas décadas, permitindo que pessoas com graus avançados da doença tivessem alívio completo dos sintomas e retornassem plenamente ao esporte.

Médico aponta para a patela: condromalácia é caracterizada pelo amolecimento da cartilagem por trás dessa rótula — Foto: Istock Getty Images

Médico aponta para a patela: condromalácia é caracterizada pelo amolecimento da cartilagem por trás dessa rótula — Foto: Istock Getty Images

Causadora de dor anterior no joelho, a condromalácia se caracteriza pelo amolecimento da cartilagem da rótula ou patela. Ligada a fatores genéticos, familiares e a distúrbios biomecânicos como o valgo dinâmico, a lesão acomete principalmente mulheres corredoras e seu tratamento envolve quatro fases distintas:

  1. Regenerativa: quando recursos analgésicos e o fortalecimento muscular inicial são empregados;
  2. Preventiva: na qual os exercícios iniciais prescritos da fisioterapia recebem continuidade em atividades como musculação, pilates e hidroginástica;
  3. Retorno ao esporte: quando a equipe de transição aplica testes funcionais e periodiza o treino;
  4. Ganho de performance: momento em que a reavaliação periódica, aliada a outros recursos da medicina esportiva, possibilita que o esporte seja praticado de maneira competitiva.

5 principais erros

Como a condromalácia, assim como qualquer condropatia, possui altíssimo risco de recidiva, é justamente nesta fase entre a melhoria dos sintomas e retorno ao esporte onde alguns erros comuns podem frustrar o paciente e a equipe. São eles:

1. Realizar autodiagnóstico

O crescimento da internet e das redes sociais tem permitido que toda a população, independente da formação, tenha acesso às informações médicas. Felizmente, a grande maioria das pessoas utiliza estas informações para complementar uma consulta médica tradicional. Mas, infelizmente, outras acabam pulando etapas básicas e, na tentativa de um autodiagnóstico acabam agravando o problema. É importante fazer diagnóstico com um médico especialista no assunto e seguir as suas recomendações.

2. Treinar sozinho

A presença de um profissional de educação física que domine não só a modalidade esportiva, mas também entenda a condropatia, é de fundamental importância. A execução correta do exercício e a metodologia empregada são de fundamental importância na prevenção de lesão e na resposta fisiológica.

3. Treinar sem o alivio completo da dor

Mesmo que os exercícios sejam executados de maneira correta, a dor tanto durante quanto após o treino leva à inibição muscular. Com isso, a resposta muscular pode ser de inibição, com consequente catabolismo (atrofia). Por este motivo, muitas vezes o início do trabalho de fortalecimento deve ser realizado com recursos da fisioterapia e a transição para a academia e o esporte precisa ser muito bem planejada.

4. Investir em suplementos

Com o crescimento do conceito fitness das redes sociais e com o forte apelo comercial, muita gente começa a utilizar diversos suplementes que prometem melhoria da função da cartilagem e de uma resposta muscular mais rápida. Isso, além de ser um grande desperdício de recursos financeiros, também leva à frustração do paciente. A resposta muscular é lenta, gradual e intimamente ligada a fatores genéticos, de gênero e de idade. Quando indicados, os suplementos, principalmente aqueles ligados à hipertrofia muscular, passam a ter efeito após o período médio de três a quatro meses, em média.

5. Aumento exagerado da carga

Infelizmente, o conceito de que a progressão dos exercícios estaria ligada exclusivamente ao aumento progressivo de carga ainda é difundida. A ideia de que “se estou mais forte, aguento mais peso” é muito comum e deve ser eliminada. É fundamental que seja esclarecido que o mais importante é que a musculatura haja de maneira sinérgica, harmônica e que proteja a articulação.

Referências:

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