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Friday, May 7, 2021

‘Podemos estar no início de uma terceira onda’, diz secretário municipal da saúde de SP sobre alta no número de casos de Covid e internações - G1

VÍDEO: 'Podemos estar no início do acontecimento de uma terceira onda', diz secretário municipal da Saúde de SP

VÍDEO: 'Podemos estar no início do acontecimento de uma terceira onda', diz secretário municipal da Saúde de SP

O secretário municipal da Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, disse nesta quinta-feira (6) que a capital paulista pode estar na terceira onda de Covid-19, após alta no número de casos, internações e óbitos por conta da doença. (Assista no vídeo acima).

"Podemos estar no início do acontecimento de uma terceira onda. Por isso estamos comprando usinas de oxigênio, permitindo as organizações sociais a importarem os kits intubação, para caso tenhamos um recrudescimento da doença na cidade nós estejamos preparados para poder enfrentar este momento", disse o secretário em entrevista à GloboNews.

Movimento da Ladeira Porto Geral e Rua 25 de Março, no centro da cidade de São Paulo, na manhã desta quarta-feira, 05, em meio à pandemia do coronavírus (Covid-19). — Foto: VINICIUS NUNES/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO

Movimento da Ladeira Porto Geral e Rua 25 de Março, no centro da cidade de São Paulo, na manhã desta quarta-feira, 05, em meio à pandemia do coronavírus (Covid-19). — Foto: VINICIUS NUNES/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO

Na avaliação de Aparecido, as semanas epidemiológicas mais complexas do ano foram a 10ª e a 11ª, que ocorreram no mês de março. Após o período, o registro foi de estabilidade, mas manteve índices ainda muito elevados de casos, internações e mortes por conta da doença.

“Estamos hoje com 80% da taxa de ocupação de UTI. Mais de 60% da taxa de ocupação dos leitos de enfermaria. Temos feito um processo de abertura de leitos toda semana, mas mantendo um patamar alto. Como houve um processo de flexibilização de algumas atividades, a circulação voltou a aumentar e isso vai ter impacto”, afirmou.

Gestão estadual se diz otimista

O temor da gestão municipal da capital paulista destoa do otimismo da gestão estadual.

Apesar de índices compatíveis com fase vermelha, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) disse na quarta-feira (5) que está "otimista" e considera diminuir restrições nesta sexta-feira (7).

O estado de São Paulo está, desde meados de abril, na chamada “fase de transição” do Plano São Paulo.

Apesar de criado para representar uma etapa intermediária entre a fase vermelha e a laranja, o período transitório permite a abertura dos mesmos setores liberados nessas duas fases, e com horários ainda mais extensos.

De acordo com Edson Aparecido, é preciso que haja colaboração maior da população, como no ano passado, quando houve uma maior taxa de isolamento e redução de aglomeração significativa.

“Por conta do cansaço e das necessidades econômicas, toda vez que há uma flexibilização, há mais circulação e o procedimento volta. É importante que a população se conscientize. A pandemia não passou", defendeu.

Internações voltam a subir

No domingo (2), 79% dos leitos de UTI estavam ocupados na capital paulista. O índice chegou a 80% na segunda-feira (3) e a 81% na terça (4). O crescimento de um ponto percentual ao dia preocupa as autoridades da saúde.

Segundo especialistas ouvidos pelo G1, ainda é cedo para avaliar se a curva voltará a subir de forma constante ou entrará em estabilidade, mas eles alertam que a desaceleração da queda é um ponto de atenção.

“Os dados dos últimos dois dias começam a indicar essa estabilização. Talvez sugira uma tendência até de piora. Então, na melhor das hipóteses, a gente deixou de melhorar. A gente estabilizou, mas estabilizou num patamar muito alto”, afirma o epidemiologista Marcio Bittencourt.

A chegada do inverno também preocupa porque a pressão nos hospitais costuma aumentar por conta de outras doenças respiratórias, AVCs e infartos.

“Se a gente entrar neste período [inverno] com a taxa atual, mesmo que estável, mesmo que sem nenhuma piora, já é uma situação bastante preocupante”, diz Bittencourt.

Pacientes internados em UTI na cidade de São Paulo. — Foto: Reprodução/TV Globo

Pacientes internados em UTI na cidade de São Paulo. — Foto: Reprodução/TV Globo

Vacinação

O estado de São Paulo começou nesta quinta-feira (29) a vacinação contra a Covid-19 de idosos com 60, 61 e 62 anos. A expectativa é a de imunizar 1,4 milhão de pessoas desta faixa etária.

De acordo com Aparecido, a capital paulista recebeu 286 mil doses de AstraZeneca e 135 mil da Pfizer para vacinar mais de 400 mil pessoas nessa faixa etária. A procura pela vacina da Pfizer gerou inúmeras filas em diversas unidades de saúde.

Na UBS Jardim Japão, na Vila Maria, na Zona Norte, algumas pessoas chegaram por volta das 6h. Às 7h, a fila dobrava o quarteirão.

O mesmo problema ocorreu em uma UBS na Zona Sul. No local, um casal aguardava para ser imunizado desde as 4h30. Às 8h, centenas de idosos esperavam para serem imunizados.

O segundo lote da vacina da Pfizer vai chegar no dia 17 de maio e será reservado para a segunda dose de quem tomar a primeira, de acordo com o secretário.

“Aqui em São Paulo temos infraestrutura inclusive para o manuseio desses imunizantes, que é bastante complexo. Nós temos uma câmara de refrigeração para armazenar 4 milhões de doses da Pfizer. Todos os profissionais de saúde foram treinados pra aplicar ela, que tem um frasco de pó congelado e outro de líquido congelado. A estrutura tá preparada e os lotes de segunda dose estão resguardados.”

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