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Thursday, June 17, 2021

Embora silencioso, câncer de rim pode dar sinais; veja quais são - VivaBem

Nesta quinta-feira (17), é celebrado o Dia Mundial de Câncer de Rim, que tem o objetivo de conscientizar as pessoas sobre uma doença que, embora silenciosa em fases iniciais, pode dar sinais de alerta durante sua evolução. Esse tipo de câncer não é dos mais comuns e tem a incidência estimada entre 7 a 10 casos para cada 100 mil habitantes, principalmente em pessoas acima dos 60 anos. De acordo com projeções do Inca (Instituto Nacional de Câncer), o Brasil registra mais de 6 mil casos por ano.

Segundo Gustavo Cardoso Guimarães, cirurgião oncológico, diretor do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR) e coordenador dos departamentos cirúrgicos oncológicos da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, os três sintomas mais comuns da doença são: sangue na urina, dor e massa palpável no abdome.

Outros sinais também podem aparecer como dor lombar de um lado, massa (caroço) na lateral ou na parte inferior das costas, fadiga, perda de apetite, perda de peso, febre e anemia. Como os sintomas são parecidos com outras doenças, é importante que a pessoa procure um médico. Um simples exame de ultrassom é capaz de detectar o problema.

"Exames preventivos, como um ultrassom, são a principal arma para fazer o diagnóstico precoce", diz Guimarães. "É um exame relativamente barato, simples de fazer, e não invasivo", explica. Caso seja encontrado o nódulo renal, uma tomografia computadorizada ou uma ressonância magnética são capazes de fechar o diagnóstico.

Já o tratamento do câncer de rim, para casos iniciais, costuma ser a remoção do órgão por cirurgia. Se o câncer se espalhou para além do rim, tratamentos adicionais podem ser recomendados, incluindo radioterapia, terapias-alvo e imunoterapia.

Câncer de rim sofre queda no número de diagnósticos

Aproveitando a data, a SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) faz um alerta sobre a importância de buscar o diagnóstico e não abandonar o tratamento, mesmo durante a pandemia.

"Durante a pandemia, as pessoas notadamente assintomáticas evitaram consultas, as instituições assistenciais derivaram a atenção principalmente para a covid-19 e, desta forma, muitos diagnósticos não foram estabelecidos, comprometendo significativamente a terapêutica que tem melhores resultados nas fases iniciais. Acresce ainda que neste período a dificuldade de se realizar exames tornou-se evidente", disse o presidente da SBU, Antonio Carlos Pompeo.

Como na maioria das vezes nas fases iniciais não apresenta sintomas, o coordenador do departamento de uro-oncologia da SBU, Rodolfo Borges, alerta que a pandemia afetou o diagnóstico da doença.

"Os tumores renais, principalmente quando pequenos, são descobertos incidentalmente, através de exames de imagem indicados por outras causas. Devido a redução da frequência da ida ao médico, menos tumores foram diagnosticados", aponta.

Dados do Ministério da Saúde apontam que em 2020 os exames de ultrassonografia de abdome total caíram 31%, se comparado a 2019. Embora outros exames que detectem a doença tenham se mantido estáveis, como a tomografia e a ressonância, a queda é um sinal de alerta para a diminuição do diagnóstico de câncer renal.

Em São Paulo, levantamento da SBU-SP, mostrou que houve uma significativa redução nos diagnósticos nos hospitais e centros de referência. O Hospital das Clínicas da Unicamp computou queda de 63% no diagnóstico de câncer de rim. Já o Hospital AC Camargo Câncer Center, a redução foi de 29%. No Hospital São Paulo/Unifesp, a redução de novos casos foi de 35%.

Câncer de rim pode ser evitado com estilo de vida saudável

Os principais fatores de risco associados com o surgimento de câncer de rim são doenças e hábitos potencialmente modificáveis, comuns na população ocidental, como a obesidade, diabetes, tabagismo, índice de massa corpórea (IMC) elevado e uso crônico de medicações para controle de hipertensão.

Portanto, na maioria dos casos, são fatores potencialmente modificáveis por hábitos de vida saudável. Dentre eles, a adoção de dieta equilibrada, rica em vegetais e sem excessos de carnes vermelhas e gorduras animais, assim como a cessação do tabagismo, controle de peso e a inclusão da atividade física na rotina diária como medida de redução das taxas de obesidade.

Ao estimular a prática de atividade física, a coalizão visa, além de diminuir o risco de surgimento da doença, auxiliar na melhora da qualidade de vida dos pacientes. Praticar atividades físicas moderadas pode melhorar em até 15% as chances de sucesso do tratamento, além de reduzir sintomas de fadiga, ansiedade e depressão.

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